Artigos e eventos acadêmicos
Repetir, retornar, recalcular: a poética mitológica de Sophia de Mello
RESUMO
O artigo propõe pensar a poética mitológica de Sophia de Mello Breyner Andresen a partir do conceito psicanalítico da repetição. Os mitos gregos destacam-se como pilares na produção da poeta, atravessando toda sua obra, desdobrando-se mais do que como inspirações iniciais. Do mesmo modo, a repetição é tema fundamental para o saber psicanalítico da clínica da cultura, assim como os seus desdobramentos. Objetiva-se, portanto, relacioná-los e investigar de que forma a mitologia retorna pela lírica da poeta, interpretando seus possíveis diálogos com a contemporaneidade.
É sobre isso mesmo? Como o leitor interpreta o relacionamento abusivo em A Árvore Generosa"?
RESUMO
O artigo propõe uma releitura crítica social da obra "A árvore generosa", de Shel Silverstein, a partir da teoria da estética da recepção e do conceito da residualidade. O livro apresenta como tema central a relação de amizade de um menino e uma árvore, criando a ilusão de afeto e lealdade. Mas com um olhar crítico e debates contemporâneos, fica o dilema se a relação apresentada é positiva ou pode ser considerada abusiva. Objetiva-se, portanto, investigar os vestígios culturais impostos e aceitos na sociedade que freiam um olhar mais efetivo, e aliado aos movimentos sociais de reinterpretação de más e criminosos costumes históricos, sincronizar a interpretação da leitura aos debates atuais
Ataques de Riso Politicamente Incorretos
na Mídia Impressa Brasileira
RESUMO
O riso encontra no âmbito social o modo mais pleno de se manifestar. Deflagrado pela linguagem, elogia, denuncia e evidencia a multiplicidade de desejos que perpassam os signos sintomáticos da cultura, nos regimes por eles constituídos. O prazer conquistado da ironia ou da gargalhada agrada um ego ou a massa, e demanda constantes repetições para saciar a libido. Este trabalho baseia-se nas conseqüências, no campo da comunicação, da assertiva Ridendo castigat mores (Com o riso se castigam os costumes). Os ditos espirituosos, especialmente os veiculados ex-professo pela mídia, produzem não apenas efeitos engraçados de sentido, como podem nomear verdades proibidas. O objetivo da pesquisa, ancorada por estudos sobre o humorismo e a teoria dos chistes de Freud, abrange os dizeres politicamente incorretos que não somente geram prazer nos leitores, como também questionam os poderes constituídos. No caso da imprensa brasileira, são estudadas três publicações representativas de épocas distintas: o jornal A Manha, do Barão de Itararé; o Pasquim e a revista piaui, analisadas pelo prisma da semiótica de extração psicanalítica, a fim de exemplificar o riso como satisfação e como elemento de crítica social. O primeiro e o segundo capítulo contemplam a essência do risível e sua qualidade propriamente humana de gerar prazer. O terceiro e o quarto tratam das questões históricas da comunicação de massa e a imprensa brasileira, e o quinto, por fim, desenvolve a leitura da práxis cotidiana que coloca o riso em posição privilegiada para desnudar o mal-estar na civilização